Nossa história

Você quer um conselho? Seja educado com todas as pessoas em todos os universos possíveis. Você nunca sabe quando pode estar falando com a futura mulher ou futuro homem da sua vida.
Não fosse assim, não fosse aquele sorriso fácil e delicioso da Pri tivesse sido menos fácil e delicioso, se o gentil "deixa eu te ajudar" do Alef tivesse soado menos gentil, talvez nada de marcante teria acontecido entre a gente no ano de 2015. Ali, atrás do balcão da biblioteca do Unasp, ele trabalhava despretensiosamente, enquanto muitas vezes ardilosamente contundido pelos famosos olhares penetrantes da Pri, ferindo-o de cima a baixo, inocente sob o abrir fogo constante dos seus tiros em forma de olhar (talvez o tal do "fogo que arde sem se ver"?). Um crush... a própria definição de crush... o mais platônico e menos hobbesiano de todos os amores. Ia lá com sua amiga "estudar" na biblioteca. "Estudar". Não disse o que. Se era o livro, se era o Alef. Ou uma mistura estranha dos dois. Mas assim foi. E passou. Cada um seguiu seu rumo, procurar o tal do amor em outras bibliotecas.
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E com ele todo mundo da face da Terra. E nos largou em 2018. A biblioteca já não existe. Nem Alef, Nem Priscila. São outras pessoas. Corrompidas... cheias de traumas... desacreditadas pelo tal do "amor', essa carta na qual apostaram tudo. E no meio da treva, existe uma oração. Uma oração de alguém que não tinha mais nenhum motivo pra acreditar no amor, cheio de medo e insegurança, cansado de quase relacionamentos. Profundamente enfadado de todo esse sei-lá-o-quê que essa palavra carrega. E disse: "vou ficar de boas, Deus. Dá teus pulo aí. Cansei de tudo isso. Mesmo que demore, mesmo que seja longe. Vou cuidar da minha vida, e você resolve essas coisas de amor. Dá teus pulo".
O pulo foi de 3.000 km. Lá, mais perto do Equador, tinha um coração em pedaços. Que quase não acreditava na vida. Que a pouco tempo achava os deuses pagãos muito mais interessantes. Mas sentiu de perto a salvação de verdade, o choque da Graça, a alegria da restauração.... e no meio de toda a dor, teve forças pra pedir por um coração que tivesse um espaçozinho pra ela... mesmo que fosse no porão. Mal sabia que iria ocupar todos os cômodos de outro coração. No dia seguinte...
literalmente no dia seguinte... surge uma coisa nova e maravilhosa no horizonte digital. No proverbial livro de faces azul, surge essa coisa, uma bomba... e a bomba é incrivelmente parecida com a mulher mais linda já nascida no mundo. Mal sabia ele que, três anos depois e não satisfeita, a crush ardilosa da biblioteca viria pra arrancar nada menos que seu coração e sua alma. Ele, não sabia se puxava assunto; ela, pagou pra ver. E a conversa aconteceu. E fluiu. E fluiu. E quando se aperceberam, um mês depois, ele já estava perguntando pra ela; "quer ser a minha idiota?" em referência a quão trouxa ela afirmou ser em outros relacionamentos, ao que ele respondeu, depois do sim: "comigo você vai poder ser trouxa o quanto quiser". Quando REALMENTE se aperceberam, eram dois idiotas namorando a distância, sem se verem, sem beijo, sem abraço, sem cheiro, nem perspectiva de nada que poderia dar certo. Mas a segurança estava naquEle que amarra laços que não podem ser desfeitos.
Não foram pequenos os desafios. Muita saudade, pouco abraço... muita dor e pouco consolo... mas nada que eu escrever aqui pra você pode completar a profundidade de ser abraçado e beijado por uma mulher na calçada do aeroporto e pensar: "pronto... nunca mais quero beijar outra boca". E aqui estamos, tempos depois... bêbados do cálice da maior loucura já feita na história da humanidade, pedindo que você beba um pouquinho também. Pedindo pra que prestigie o dia em que a última parte do laço que Deus começou a unir naquelas orações, seja fechada, e nunca mais desatada. Mergulha com a gente nesse oceano... e você vai ver quão sã é nossa loucura.